Ele não é o melhor exemplo de atleta do mundo. Pelo menos, não era. A história de Michael Vick é mais conhecida pelo que ele fez de errado do que pelo certo. Com um começo de carreira brilhante, Vick foi draftado (contratado) para jogar futebol americano profissional durante a faculdade, em seu segundo ano.
Em 2001, o Atlanta Falcons era o time que iniciaria Draft da NFL. O jovem Michael Vick foi o escolhido e fez história por ser o primeiro Quarterback negro a ser o primeiro do Draft. Camisa 7 dos Falcons, Vick levou o time aos playoffs por duas vezes durante as seis temporadas em que atuou por lá.
Seis, pois sua carreira foi interrompida em 2007.
Em abril daquele ano, Michael Vick foi acusado de organizar um esquema de briga de cães, que ocorria havia cinco anos. Quatro meses depois, ele foi preso, após confessar ser culpado. Foram 21 meses de prisão, dois meses de prisão domiciliar, quebra de contrato com a NFL, e com todos os patrocínios que tinha.
Apenas sete anos (julho/2008) após o início promissor na liga de futebol americano profissional, Vick havia declarado falência, depois de ter sido dispensado pelo Atlanta Falcons e de uma possível troca por outro jogador ter sido descartada.
O então ex-quarterback era o único da história da NFL a ter corrido mais de mil jardas em uma temporada (2006). Pelo lado psicológico, continuava a ser um ex-quarterback, lutando por espaço e tentando armar uma volta aos campos.
Na temporada de 2009, Vick foi re-integrado à NFL. Sua nova casa seria em Philadelphia, com os Eagles, que contavam dois quarterbacks no elenco: a lenda local, Donovan McNabb, e o jovem Kevin Kolb. Por isso, Michael pouco atuou, mas treinou muito com sua nova equipe.
Até que, em 2010, após onze temporadas de serviços aos Eagles, McNabb foi para o Washington Redskins e seria a grande chance de Kolb se destacar, com Vick como sua sombra, um “reserva de luxo”. Logo no primeiro jogo da temporada – contra os Packers – Kolb se machucou e “obrigou” o camisa 7 a entrar em campo: Vick passou para um Touchdown e correu 103 jardas, mas os Eagles perderam.
O torcedor de Philadelphia chegou a ressucitar suas lembranças de McNabb e do running back Brian Westbrook, negociado com os 49ers, mas no segundo jogo, contra o Detroit Lions, fora de casa, Vick passou para mais dois Touchdowns e os Eagles venceram: 35-32.
Durante a semana, Kevin Kolb se recuperou de sua contusão, mas o técnico Andy Reid disse: Vick será o titular contra o Jaguars. Deu certo: três passes para Touchdowns, 30 jardas corridas e mais um Touchdown conquistado por ele mesmo. Michael Vick voltou a ter um dia de glória, após vários anos (Veja aqui os melhores momentos do jogo).
O preconceito por parte dos torcedores da NFL ainda é grande. Muitos julgam Vick como culpado para sempre, como se ele nunca pudesse voltar a jogar. Imagens e montagens circulam pela internet, sátiras, provocações e mensagens de conscientização. O mais fácil de se dizer é que Vick é um mal exemplo para quem assiste a NFL (maioria dos norte-americanos e boa parte do mundo).
Em campo, o camisa 7 dos Eagles faz o mais difícil e mostra que não, não é (mais) um mal exemplo. Mais do que qualquer um que o rotula, Michael Vick sabe que errou. Esteve nas ruínas e tenta voltar, aproveitando a chance que lhe foi dada, por meio da superação.
O quarterback quer ser reconhecido pelo certo, novamente. A luta de Michael Vick volta a ser aquela, de 2001: ter uma carreira brilhante.
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