quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Ninguém é maior do que o Santos

Neymar da Silva Santos Júnior nasceu, para a vida, em 1992 e, para o futebol, não muito tempo depois. Aos 14 anos de idade, o jovem já era pauta de reportagens do Esporte Espetacular e outros programas, pois havia a especulação de que o Real Madrid o levaria para jogar no Santiago Bernabéu.

Uma das reportagens mostrava Neymar no estádio, ao lado de seu pai e empresário, e dizia que o menino jogava muita bola, era fora de série e que o time de Madrid já o via em solo espanhol. No entanto, o Santos foi firme, e segurou o menino no Brasil.

Em 2009, aos 17 anos, Neymar estava no time profissional, sob o comando de Vanderlei Luxemburgo. Foi pouco aproveitado e o então técnico do Peixe dizia que o atacante ainda não havia amadurecido. Meses depois, Vanderlei se foi e Neymar ficou.

Veio, então, o ano de 2010. A diretoria do Santos foi bem e contratou o técnico Dorival Júnior, que havia acabado de subir com o Vasco para a Série A do Campeonato Brasileiro. Com Dorival, veio uma mudança, não tão grande, se for levada em conta a história do Santos.

Pelé tinha 17 anos quando despontou para o mundo, em 1958. Em 2002, Robinho tinha 17 e Diego, 16. Em 2010, Neymar e Paulo Henrique Ganso, estavam na média. Se tudo ocorresse como nas outras vezes, estaria formado um time campeão.

O primeiro semestre do ano foi incrível, ninguém bateu o Santos. O time perdeu, sim, alguns jogos, mas nada decisivo, e foi campeão – com sobras – das duas competições que disputou: o Campeonato Paulista e a Copa do Brasil.

Estava coroada uma nova geração de campeões do Santos, repetindo 1958 e 2002. Só que, como os tempos atuais são outros, logo a nova geração santista começou a se desfazer: Wesley foi para o Werder Bremen e André para o Dinamo Kyiv. Ganso recebeu propostas do Lyon, não suficientes e Neymar, propostas do Chelsea.

Brilhantemente, a diretoria santista recusou a oferta e ofereceu um plano de carreira ao jogador, com benefícios que (muito) poucos jogadores têm em terras brasileiras. Revoltados, os dirigentes do Chelsea disseram que os santistas estavam loucos.

Desde então, tudo mudou. Neymar não desaprendeu o futebol, mas se colocou em um pedestal. O jogador, temido pelos adversários, já era tido como não muito comportado em campo e isso só aumentou. Perdeu pênaltis na Copa do Brasil e no Brasileirão e, com isso, perdeu também o posto de batedor oficial de penalidades do Santos.

Contra o Atlético-GO, Marcel foi o indicado por Dorival Júnior para bater a penalidade. Neymar se revoltou, xingou o treinador, fez cera, driblou inutilmente e, ainda assim, o Santos venceu o jogo, por 4x2.

Como conseqüência pela revolta, Neymar sofreu multa no salário e foi afastado do jogo contra o Guarani. Todos esperavam que ele voltasse contra o Corinthians. Dorival Júnior, não.

O resultado: hoje, 22 de setembro de 2010, o Brasil acordou com uma notícia esportiva nas manchetes: Dorival Júnior foi demitido do Santos. Em nota oficial (clique aqui e veja), o presidente do clube, Luiz Álvaro de Oliveira, explica:

“Considerando que mais de uma vez Dorival Jr. quebrou a hierarquia do clube, a sua permanência ficou insustentável.

Reiteramos que não toleramos atos de indisciplina dos nossos atletas, mas também não podemos concordar que ninguém se julgue maior do que o Santos FC.”

Ninguém é maior do que o Santos. Ouviu, Dorival? Só o Neymar.

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