Uma das maiores máximas do esporte mundial é dizer que “a melhor defesa é o ataque”. Bom é o time que joga bonito, para frente, buscando fazer muitos pontos/gols/afins em vez de jogar tentando evitá-los. O Santos, campeão paulista e da Copa do Brasil de 2010, é um grande exemplo disso. Neymar, Ganso, Robinho e os demais, comandados por Dorival Júnior, ganharam, com sobras e encantando os amantes do esporte, as duas competições.
É claro, não só no futebol é assim. É fantástico assistir a um jogo de futebol americano com muitos pontos, touchdowns para todos os lados, mas na NFL atual isso se prova cada vez mais difícil. Nos Playoffs da temporada atual, Atlanta Falcons, Philadelphia Eagles e Kansas City Chiefs provaram que “só” um ótimo ataque não é suficiente para se chegar ao Super Bowl.
Os Falcons e Chiefs com seus respectivos running backs – Michael Turner e Jamaal Charles – e os Eagles, com a grande volta de Michael Vick, fizeram muito durante a temporada regular, mas diante da diferente concentração para o mata-mata, foram literalmente freados pelas defesas adversárias e, portanto, eliminados.
Às finais de conferência, chegam os quatro melhores times da NFL e, em 2010, foram quatro das melhores defesas da liga: Jets, Steelers, Packers e Bears. Não poderia ser diferente: os dois jogos que definiram os participantes do Super Bowl XLV foram definidos pelas defesas – e ataques também.
Green Bay Packers e Chicago Bears fizeram a final da NFC, a Conferência Nacional da NFL, em mais uma noite inspirada de Aaron Rodgers, quarterback de Green Bay. Os dois times protagonizam a rivalidade mais antiga da história da liga e, mesmo assim, só haviam se enfrentado uma vez nos playoffs, quando o Chicago venceu, há mais de 70 anos atrás.
Desta vez, Rodgers não passou para nenhum TD, mas conquistou 244 jardas pelo ar e ainda anotou (mais) um TD correndo, mesmo sofrendo duas interceptações. Já a defesa de Green Bay, capitaneada por Clay Matthews, segurou o ataque de Chicago durante os três primeiros quartos quando o quarterback titular, Jay Cutler, se machucou, dando lugar ao reserva Todd Collins, que não entrou bem e foi substituído pelo jovem Caleb Hanie, que fez o que pôde (o time anotou 14 pontos com ele em campo), mas não evitou a vitória dos rivais, por 21 a 14.
Pela final da AFC, a Conferência Americana, mais uma batalha de defesas no Heinz Field, na Pennsylvania, entre o Pittsburgh Steelers e o New York Jets. Coincidentemente, os dois times, a exemplo de Packers e Bears, tinham, respectivamente, as posições 2 e 6 na pós-temporada. No entanto, os Steelers não deixaram a primeira final entre dois “números 6” da história acontecer e mostraram porque são os maiores campeões da NFL.
O primeiro tempo foi um verdadeiro massacre: 24x3 para os Steelers. Ben Roethlisberger lançou poucos passes, mas foi preciso quando foi necessário e o running back Rashard Mendenhall correu mais de cem jardas, fazendo com que os Steelers abrissem 24 pontos de vantagem, antes de New York chutar um field goal no final do primeiro tempo.
Já o segundo tempo também foi um massacre, mas do outro lado: 16x0 para os Jets. Mark Sanchez acordou e passou para dois touchdowns que acenderam a esperança do torcedor de New York. Porém, nos minutos finais, “Big Ben” anotou um passe fundamental para Antonio Brown, conquistando a última primeira descida da partida, selando a vitória dos Steelers: 24 a 19 para a equipe de Pittsburgh, que buscará seu sétimo Super Bowl, em oito participações, com esta.
Portanto, o Super Bowl XLV, que será realizado no Cowboys Stadium, em Dallas, terá o Pittsburgh Steelers, querendo conseguir ainda mais um título, e o Green Bay Packers que venceu os Super Bowls I, II e XXXI (em 1997). Os dois times foram os mais completos nos playoffs os que atacaram melhor e, principalmente, defenderam melhor. A batalha defesa x defesa será decidida de uma maneira diferente de uma das maiores máximas do esporte.
Em Dallas, no dia 5 de fevereiro de 2011, a melhor defesa será efetivamente a defesa, mesmo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário